Categorias da Página
- peripécias dos ceguinhos (21)
- humor cego (14)
- textos humorísticos (8)
- músicas da cegada (7)
- coisas sérias (2)
Os estragos de um encontro fortuito entre um cego e um manco
Esta é daquelas histórias em que por mais voltas que lhe dermos, chegamos sempre à mesma conclusão.
Se um deficiente atrasa muita gente, dois deficientes atrasam muito mais!
Toni Fragas vinha cheio de pressa para apanhar o comboio.
Coincidente mente, Manuel Joaquim, que tem o azar de ser manco e fazer-se transportar com duas canadianas, também ia apanhar o comboio.
O Toni passa perto do Manuel Joaquim, e no momento em que se cruzam, o Manuel exclama. Cuidado senhor. Não me faça mal que eu sou manco!
E como ficou aflito e assustado com aquele encontro inesperado deixou cair as canadianas, e teve de se apoiar nos ombros do cego.
Diz então o Toni. Ainda bem que me avisa porque eu pensei que era uma rotunda, e já a ia começar a contornar.
Mas cuidado, não abuse. Tá bem que se possa apoiar, mas atenção às minhas cruzes e os meus bicos de papagaio!
Enquanto os dois travavam este interessantíssimo diálogo, vinham dois estrangeiros muito aflitos porque já estavam em cima da hora para apanhar o comboio.
Naquela confusão toda, o cego não se desviou porque não viu os estrangeiros. O manco estava sem canadianas. Conclusão. Como os estrangeiros não falavam português e não conseguiram pedir aos dois deficientes para se arrumarem para um canto, perderam todos o comboio!
Nota pessoal.
Começo a pensar seriamente nos passeios exclusivos para todas as deficiências. Por exemplo, devíamos construir a cego via, a manco via, e já agora, a novíssima e inovadora via cadeirante.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário