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3º fascículo da fantástica odisseia do quim Zé cabeçadas
Desta vez não foi de cabeça, foi mesmo de mão.
Depois daquela discussão com os dois polícias e de muitos argumentos de parte a parte, o quim Zé lá acabou por não ser preso e deixaram-no ir em liberdade com uma condição. A de o levarem directamente a Casa e o proibirem de sair nos próximos 5 dias.
A consequência directa para o Quim Zé foi ficar sem saborear o seu tão almejado gelado.
Mas se virmos aquilo que lhe poderia ter acontecido se um dos agentes da autoridade não tivesse um familiar ceguinho, podemos dizer que o Quim safou-se de boa e pode dar-se como contente!
Após o términos do castigo, o Quim Zé, teimoso como uma mula, decidiu sair novamente de casa, com o propósito de finalmente fazer uma caminhada tranquila a ver se de uma vez por todas conseguia saborear o seu gelado, o que para este ceguinho azarado representa um verdadeiro troféu.
Quando ia a chegar â barraquinha, uma velhota ao ver que o quim Zé ia bater contra o cartaz dos gelados, desatou a correr com o propósito de agarrar o quim Zé pelo braço para ele não bater.
Só que desta vez, quem padeceu foi a senhora que com o susto e a pressa escorrega e dá uma valente queda no chão.
Aí é que o caldo se entornou.
A velhinha dizia que caiu por causa do quim Zé.
Este por sua vez dizia que a velha não precisava de ir a correr atrás dele.
Os transeuntes que viram toda a cena viraram-se contra o quim, acusando-o de ser um ingrato e de não ter condições para andar sozinho na estrada.
Mas o pior ainda estava para vir.
Numa tentativa de remediar o sucedido, o quim Zé baixou-se com o propósito de ajudar a senhora a levantar-se.
Só que por azar agarrou-lhe em cheio nas mamas, e claro a ira das pessoas aumentou, porque já não bastava o quim Zé ser o causador da queda da velhinha, ainda vai protagonizar um atentado ao pudor na via pública.
A velhinha porém deixou as pessoas anda mais confusas. Como ela emitiu um grito demasiado ambíguo, alguns entenderam que ela nem ficou chateada com a atitude do quim, e que lá no fundo até gostou, outros por sua vez entenderam que a velha mostrou pânico, revolta e repulsa.
Escusado será dizer que essa dúvida não foi desfeita, até porque a velha ficou petrificada e não disse praticamente mais nada, o que por paradoxal que pareça, só aumentou a confusão, porque ficamos sem saber se essa postura se deveu à vergonha de ter demonstrado que gostou da mão marota do Quim, ou se pelo contrário se deveu ao medo e ao pânico.
E no meio deste enredo, o Quim estava absolutamente destroçado.
Primeiro porque tinha a perfeita noção que não se conseguia escapar das malhas da autoridade, e de uma acusação pública de atentado ao pudor.
Segundo, e mais grave, ele sabia que estava a pagar por ter cometido um suposto crime do qual não tinha extraído prazer absolutamente nenhum.
Ser acusado e condenado por ter apertado as mamas a uma velha durante uns míseros 5 segundos, era desde logo frustrante.
Ainda se esse fruto proibido estivesse exposto numa outra árvore bem mais interessante, vá que não vá, agora numa árvore velha com as folhas caídas! É muito azar junto!
Ainda bem que desta vez o Quim Zé usou a mão. Já viram o que era se ele tinha caído de cabeça?
Se com um apertão casual de 5 segundos é atentado ao pudor, se caísse de cabeça era com toda a certeza violação.
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