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Disney financia produção de ecrã tátil que permite “sentir” imagens
Ceguinho tresanda a peixe e esfria tarde romântica
Quer uma mesa no escurinho?
3º fascículo da fantástica odisseia do quim Zé cabeçadas
Os estragos de um encontro fortuito entre um cego e um manco
2º fascículo da fantástica odisseia do Quim Zé Cabeçadas
Apalpo e hei-de apalpar ó Micas
Ó moça, chega-te aqui
que eu já estou a salivar
tu e essa lingerie
podes crer vou apalpar
refrão
Apalpo e tens de me deixar
porque eu sou ceguinho e tenho de apalpar. Bis
Gosto muito de maminhas
só que não as posso ver
vou-vos apalpar meninas
desculpem mas tem de ser
Refrão
Se fosse outro a tentar
levava um soco na boca
mas eu quero apalpar
o que esconde a tua roupa
refrão
Se o cego não usa os olhos
para poder ver a mulher
tem de usar os seus dedos
para ver o que quiser
refrão
Clique aqui para ouvir o instrumental que inspirou esta letra1º fascículo da fantástica odisseia do Quim Zé Cabeçadas.
O toni Fragas e o seu amigo ventura
O Toni vinha do Porto, e o ventura vinha de Guimarães.
Os dois iam apanhar o comboio para Viana, porque o Fragas andavam sempre a dizer, havemos de ir a Viana!
Em condições normais, o toni chegava a irmusindo primeiro do que o Ventura. Mas o Ventura, que andou mais depressa do que o normal, apanhou um comboio mais cedo, e chegou mais cedo do que o Fragas.
Quando o Toni chegou à estação, foi procurar um banquinho, e sentou-se exactamente ao lado do ventura.
Simplesmente, como não estavam a contar um com o outro, não falaram, e ficaram vários minutos como se fossem uns ilustres desconhecidos. Até que toca o telefone do ventura, e mal este atende a chamada o Fragas percebe que os dois estão ali lado, a lado, à alguns minutos, e não se tinham sequer cumprimentado!
É uma história caricata, mas neste caso o telemóvel serviu para identificar o ceguinho. Para a próxima à que pôr um guizo e assim já nos conseguimos encontrar!
Com esta história real, fica provado que afinal os cegos não se conhecem pelo cheiro!
Ou sereá que algum deles mudou de perfume à última da hora?
à senhora e aos pastorinhos (Deus tira uma coisa mas dá oitra).
antes do meu nascimento
gente que era muito crente
pediu a todos os santinhos
que eu viesse perfeitinho
e que fosse um grande devoto
da senhora e dos pastorinhos.
Mas logo que eu nasci
trouxe os olhos defeitoosos
estavam sempre a a banar
Mas eles muito ferverosos
continuaram a pedir
à senhora para eu não cegar.
Refrão:
à senhora e aos pastorinhos
a quem vou agradecer
por me dar os ouvidinhos
já que não consigo ver.
por me dar os ouvidinhos
já que não consigo ver.
tinha três anos de idade
já não via quase nada
já só via uma sombrinha.
E por isso fui operado
e eles pediram à senhora
que nunca me faltasse a vistinha.
Mas depois da operação
tudo havia de piorar
eu fiquei mesmo ceguinho
E eles com mais devução
continuaram a rezar
Para eu não ficar mouquinho.
Refrão:
Se pretenderem ouvir o instrumental da música que deu origem a esta letra.
cliquem aqui
O cego tacteia
A gente põem os pratos, e o cego tacteia
Talheres e guardanapos, o cego tacteia.
à frente estão os copos, o cego tacteia
ó gente isto é de loucos, mas o cego tacteia.
Um jantar às escuras todos querem fazer
pôr a ver quem está cego, e cego quem está a ver.
Este tipo de jantar, já é uma tradição
Basta alguém se desleixar, para a comida ir para o chão.
Refrão:
A gente põem os pratos, e o cego tacteia
Talheres e guardanapos, o cego tacteia.
à frente estão os copos, o cego tacteia
ó gente isto é de loucos, mas o cego tacteia.
E esta noite ninguém consegue ver um boi
estão com sorte que a cegueira amanhã já foi
e os que não vêem e vivem sem amarguras
não sabem muito bem se querem estes jantares às escuras.
Refrão:
A gente põem os pratos, e o cego tacteia
Talheres e guardanapos, o cego tacteia.
à frente estão os copos, o cego tacteia
ó gente isto é de loucos, mas o cego tacteia.
Neste jantar estamos todos sem saber
só ao cheirar se sabe o que se vai comer
Mas quem será o primeiro a adivinhar
Sei que este cego verdadeiro vai comer sem refilar.
Refrão:
A gente põem os pratos, e o cego tacteia
Talheres e guardanapos, o cego tacteia.
à frente estão os copos, o cego tacteia
ó gente isto é de loucos, mas o cego tacteia.
Pelo Passeio melhor?
Que o diga toni Fragas, cego dos olhos, que teve o azar de se cruzar com um cego da mioleira.
Ao atravessar a estrada, o toni como sempre decide dirigir-se para as escadas que o iam levar à sua casa.
Entretanto surge um transeunte, que de uma forma brusca e naturalmente desajeitada, interrompe a marcha do toni, agarra-lhe pelo braço, e implora-lhe que ele vá pelo passeio, em vez de ir pelas escadas, afirmando com ar autoritário que o ceguinho ia pelo passeio, porque ele transeunte ia levá-lo!
Perante aquela abordagem altamente inconveniente, o Toni Fragas diz que vai pelas escadas porque já conhecia o caminho por ali.
O transeunte, não tendo intenções de largar o Braço de Toni, continua a insistir com cada vez mais convicção que ele vai mas é pelo passeio, porque pelas escadas pode cair, e eu ofereço ajuda.
De seguida estabeleceu-se um diálogo de veras interessante e eloquente que é digno de registo.
Toni Fragas.
Se não se importa deixe-me ir à minha vida! Eu vou pelas escadas.
Transeunte.
Não vai nada! Você vai pelo passeio que eu levo-o. Até que aqui nem existem escadas.
Toni Fragas.
Existem sim senhora que eu conheço.
Transeunte.
Não há escadas nenhumas!
Toni Fragas.
Ai tem! Tem sim senhora! E enquanto falava ia caminhando em direcção a elas.
Ao estar próximo das bem-ditas escadas diz o transeunte.
Ai realmente tem mesmo. Desculpe senhor.
Toni Fragas.
Se eu pudesse dizer tudo o que me vem à cabeça! E o cego, sou eu?
Transeunte.
Realmente você tem razão, mas olhe, não se rale, eu levo-o pelo passeio! Você vai melhor, eu ajudo-o não custa nada!
Toni. Se não se importa desampara-me a loja meu caro. É que não sei se você reparou mas o passeio nem sequer tem ligação para a rua a onde eu quero ir, porque só temos acesso a ela pelas escadas.
O Transeunte, olha para todos os lados e sai-se com esta exclamação:
E não é que o cego tem razão? Dito isto, bate nas costas do Toni e diz-lhe. Olhe, santa luzia milagrosa lhe dê boa vistinha! Desculpe e até logo.
Por azar do toni, nessa altura começa a chover, e ele não tinha guarda-chuva.
Nem sequer deu tempo para perguntar ao transeunte se o podia abrigar, porque ele desapareceu como uma flecha.
Jantares às escuras
Nunca até agora os jantares do cego divertido foram noticiados na comunicação social, nem apareceram mitras a quererem transmitir este momento solene de todos os dias para o CD que é o jantar.
Não percebo por isso porque é que estes tipos famosos que agora fazem dos jantares às escuras momentos de culto e de diversão têm os holofotes da comunicação social apontados para eles, só porque estes tais famosos por algumas horas decidem mascarar-se de ceguinhos!
O cego divertido nunca foi a nenhum jantar destes. Nem está a contar ir! Aborrece-me jantar no meio de dementes que se querem armar em cegos e que só fazem figuras tristes.
Se eu fosse a algum jantar às escuras, ia divertir-me ao máximo a gamar um rissol de cada prato do meu vizinho, e claro outra coisa que entretanto houvesse e que eu também desejasse morfar!
Esses famosos, que muitas vezes aparecem no meio dos cegos para serem vistos pela sociedade como bem feitores, e que até têm pena de quem não vê, obviamente não podem estar à altura de fazerem aquilo que um cego verdadeiro faz. Se assim fosse nenhum de nós precisava de reabilitação, porque mal ficasse cego, desatava logo a comer de faca e garfo, a partir a carninha, tirar as espinhas ao peixinho, etc.
Para fazer isto tudo, temos naturalmente de aprender, é normal, ou será que os cegos são super homens?
Faço ideia se eu agora fosse treinar fazer de manco, de maneta ou de perneta, ou até em último recurso de surdo. Não vale a pena tentar, seria algo desastroso.
Mas os que padecem dessas maleitas, fazem a sua vida normalmente. Porque será?
Uma coisa eu sei, grande parte desses famosos não são católicos, porque se fossem acreditariam que brincando ao cegalhedo, deus castiga!
Já tivemos jantares às escuras, missas às escuras, que é que mais poderá haver?
Se fizerem um bacanal às escuras garanto que não participo mesmo! Entendido?
Aqui vai um poema, escrito com a música do milu Tacteia.
A letra que escrevi tem pelo título: O cego tacteia.
Refrão:
A gente põem os pratos, e o cego tacteia
Talheres e guardanapos, o cego tacteia.
à frente estão os copos, o cego tacteia
ó gente isto é de loucos, mas o cego tacteia.
Um jantar às escuras todos querem fazer
pôr a ver quem está cego, e cego quem está a ver.
Este tipo de jantar, já é uma tradição
Basta alguém se desleixar, para a comida ir para o chão.
Refrão.
E esta noite ninguém consegue ver um boi
estão com sorte que a cegueira amanhã já foi
e os que não vêem e vivem sem amarguras
não sabem muito bem se querem estes jantares às escuras.
Refrão.
Neste jantar estamos todos sem saber
só ao cheirar se sabe o que se vai comer
Mas quem será o primeiro a adivinhar
Sei que este cego verdadeiro vai comer sem refilar.
refrão.
Um cego, um surdo e um manco.
No exacto momento em que eles se abraçam, começa uma grande confusão, fruto de uma desordem, mesmo ali ao lado deles.
Diz então o surdo. Estou a ouvir um barulho!
Por sua vez, diz o cego. Não estou a ver nada!
Finalmente diz o Manco. Vamos mas é começar a correr, antes que chegue também para nós!
Um cego normal, e uma motorista anormal.
O nosso amigo toni Fragas, estava sozinho na paragem dos autocarros para apanhar o seu transporte.
Chega o primeiro, e como sempre ele faz paragem e pergunta qual o número da linha e o destino final do veículo.
Sorte ou azar, não sei, o autocarro estava a ser conduzido por uma motorista.
Quando ela para, e houve a pergunta do Fragas, responde da seguinte forma.
Não está ali escrito?
Retorquiu o Toni Fragas.
Não sei porque está assim tão irritada! Se eu lhe perguntei é porque não consigo ver o número.
E enquanto falava, o fragas subiu para o autocarro.
Quando a motorista o vê, exclama. Eu pensei que você era normal!
Diz o Toni. Ainda bem que não o sou, caso contrário arriscava-me a ter de ser motorista dos transportes regionais de Badoucos, e ainda por cima, estúpido e ignorante!
Alguns passageiros, ao aperceberem-se da parvoíce da motorista, começaram a protestar. Então a senhora não vê que o senhor é ceguinho?
Diz a senhora motorista. Mas eu já disse que pensava que ele era normal!
O toni fragas completamente fora de si responde.
Vá chamar anormal à sua avó. Havia de ficar como eu para ver como era.
Nesse instante a senhora motorista arranca com o autocarro, e bate com ele contra um muro.
Diz o Toni Fragas. Não era preciso que a minha prece fosse ouvida tão rapidamente!
Tudo bem que eu pedi que a senhora ficasse ceguinha, mas não era para ser tão depressa. É que eu quero me ir embora daqui!
Será que a motorista deixou de ser normal?
É a pergunta que fica.
A santa Luzia não tem GPS
A dona Ermelinda tem tanta fé na Santa Luzia, que não duvida da capacidade da santa, até de conduzir uma pessoa cega!
Mais uma vez, esta peripécia tinha de calhar em sorte ao nosso Toni Fragas.
Depois de tomar o seu pequeno almoço numa simpática padaria, saiu para a rua com o intuito de apanhar o comboio.
Havia por ali um cruzamento. À direita, dava para a estação de comboio, à esquerda dava para uma ruela sem saída.
O Toni Fragas enganou-se e virou para o lado esquerdo.
A dona Ermelinda que estava mesmo perto do cruzamento, desata aos gritos.
Santa Luzia milagrosa! Santa Luzia milagrosa! Santa Luzia milagrosa!
O toni Fragas vendo que se tinha enganado, volta para traz, e pergunta à dona Ermelinda.
Mas ó minha senhora. Você estava à espera que a Santa me dissesse o caminho para a estação?
Com Mil Raios! Então a senhora viu que eu ia enganado, e em vez de me indicar o caminho correcto, começa para aí a implorar à Santa Luzia?
Minha nossa senhora, é com cada cromo!
Como se isso não fosse suficiente, o toni Fragas acabou por perder aquele comboio, tudo por causa da malfadada excessiva devoção que a dona Ermelinda depositou na santa, padroeira dos olhos.
Isso é que é um testemunho de fé.
Mas acreditem em mim. Eu já consegui chegar à fala espiritualmente com a Santa Luzia, e ela não tem mesmo GPS. Por mais boa vontade que ela tenha, não vai de maneira nenhuma dizer o caminho ao cego.
Fica aqui o apelo para as velhinhas deste país. Por favor, quando virem um cego perdido, não comecem a chamar pela Santa Luzia, ela não vai valer de nada. Em vez disso aproximem-se da pessoa e indiquem-lhe o caminho correcto!
cegos e cegas de carne e osso
Na verdade, aquilo que para 99.9999999999 % dos seres humanos é um dado adquirido, já o mesmo não se pode dizer da dona adosinda, que por puro descargo de consciência sentiu a necessidade de verificar se a nossa Camila Martins, era feita de carne e osso!
A Camila ia tranquilamente pela rua, eis se não quando, dá de caras com 3 velhinhas que estavam no meio do passeio, tentando pôr a conversa em dia.
Quando viram a ceguinha, diz uma velhota muito aflita. Deixem-na passar, que ela vai para a aquepo!
Quando a Camila já tinha passado, a dona adosinda, desata a correr atrás dela, e começa a apalpá-la toda.
A velhota muito admirada, exclama. Ai, ela é mesmo cega! E é mesmo de carne e osso!
Retorquiu a Camila.
Mas ó minha senhora. Queria que eu fosse de latão?
Proponho que a partir desta história, se diga em todos os escritos que falem da cegueira de uma forma pedagógica, que afinal, os cegos e as cegas são mesmo feitos de carne e osso, e que até têm maça cinzenta e tudo!
A talho de foice, e como nota final, quero manifestar o meu desejo de ver alguém um dia a fazer um hino para a Aquepo!
Velhinha cai de queixos e ganha um verso
Centro da cidade, pleno mês de Novembro, chuva e vento forte, e o toni Fragas com a sua bengala perdeu-se no meio da praça. Entretanto aparece a dona Maria da Purificação, uma velhota de oitenta anos que ia para o mercado comprar a sua hortaliça.
Pergunta a dona a Maria ao Toni Fragas. O senhor está perdido? Responde-lhe ele. É verdade, o vento desorientou-me.
Para onde é que o senhor quer ir? quero ir para o autocarro, responde-lhe o Fragas.
A dona Maria da Purificação não se fez rogada, e disse. Então agarre-se a mim, e vamos lá embora!
E vai daí agarra no toni assim às trouxas e mouxas. Diz o Toni. Minha senhora. Não é assim que se conduz um cego! Assim a senhora ainda cai.
Não caio nada, responde a Dona Purificação demonstrando irritação. Eu vou levá-lo à paragem do autocarro, e depois tenho de ir comprar o meu repolho. Não tenho tempo a perder!
As duas por três, o Toni Fragas mete sem querer a bengala no meio das pernas da dona Maria Da Purificação, e esta por sua vez cai redonda no chão, esmurrando-se toda.
Antes que a senhora pudesse dizer o que quer que fosse, diz o toni.
Se conhecesse as técnicas de guia, não tinha tropeçado nem caía!
Lamentavelmente, esta história não teve um final feliz.
Agora acrescento eu.
Se a dona Maria não fosse tão desleixada, nem caía nem ficava magoada!
Desconheço se o toni Fragas conseguiu mesmo assim apanhar o autocarro ou não, mas pelos jeitos nunca mais será guiado por nenhuma das velhotas que costuma ir ao mercado comprar repolho, e que estavam ali presentes.
Ai Fraguinhas. Nunca mais ouses em te perder!
cuidados com os cegos
Espero que com este registo lúdico, possa perceber e interiorizar melhor cada uma das 14 dicas que eu aqui coloco.
1. Quando abordar um cego na Rua, empregue um tom de voz natural.
Lembre-se de uma coisa. A maior parte dos cegos não são surdos!
Para quê armar um arraial de gritaria no meio da rua, só porque se acabou de cruzar com uma pessoa cega? Quem vir de longe ainda vai ficar a pensar que vocês estão zangados, e não vale a pena!
2. Não substitua a palavra veja, por oiça ou apalpe.
Muitas vezes os normovisuais quando estão a explicar um caminho dizem assim. Está haver aquela rotunda que fica ali a um Quilómetro?
Agora eu pergunto. como é que podem ver uma coisa a tão grande distância?
Ora aí está. Vocês dizem que estão a ver, mas isso é uma treta, não estão a ver coisa nenhuma! É como os cegos. Nós também utilizamos a palavra ver, porque ela faz parte do nosso vocabulário, e a gente habituou-se de tal forma a ela, que a usa inconscientemente.
Também não gostava que lhe perguntasse. Está a sentir aquele cruzamento ao pé da Igreja? Ficava estranho, não ficava?
Então já sabe que num diálogo com os cegos passa-se a mesma coisa.
3. Não se iniba de utilizar as palavras: Cego, cegueira, ou outras expressões similares.
Se vai estar a usar uma linguagem própria para cegos, terá de usar uma outra para coxos, outra para surdos, e até deve encontrar um vocabulário próprio para malucos, que como sabe preenchem o grosso dos deficientes!
Já viu a dificuldade que era?
Agora a sério. Não é preciso usar palavras diferentes quando fala com pessoas cegas. Nós próprios dizemos muitas vezes. Eu fique ceguinho, se não adoro um bom cozido à portuguesa!
4. Quando se dirigir a uma pessoa cega, é conveniente dar-se a conhecer.
se não souber ou não se lembrar do nome da pessoa naquele momento, toque-lhe levemente no braço, mas cuidado, não lhe o parta!
5. Quando acabar a conversa, tenha sempre o cuidado de nos informar que se vai retirar.
É muito chato a gente ficar a falar para o boneco. E imagine se estivermos a fazer uma confidência, e não tivermos o nosso interlocutor à nossa beira, e ao invés termos outras pessoas!
6. Evite usar expressões de Piedade, ou outras considerações sentimentais.
Esse tipo de lamechices, não por favor. Imagine se começamos todos a derramar lágrimas. Fazemos uma inundação que deus me livre!
7. Evite também expressões de espanto quando algum cego executar uma das muitas tarefas usuais da vida.
Não me diga que depois de tudo isto que leu, ainda não sabe que os cegos tomam banho, vestem-se, e comem sozinhos!
8. Fale sempre directamente com o cego, nunca por entreposta pessoa.
Por vezes acontece estar um cego acompanhado por outra pessoa num jantar por exemplo, e haver alguém que diz ao acompanhante do cego para lhe perguntar se quer vinho?
Porque é que essa pessoa não fala directamente para o cego? Para que é que precisa de um intermediário? Dá a ideia que os cegos falam chinês, e que é preciso traduzir aquilo que eles dizem!
Para falar com um cego não precisa de saber Braille!
E regra geral os intermediários cobram-se do serviço que prestam!
9. Quando conduzir um cego, não procure com os seus movimentos erguê-lo.
Já viu que os cegos regra geral são pesados. Não vale apena tentar pegar num cego ao colo! Pode magoar a sua coluna e não é preciso. Os cegos ficavam com remorsos!
Regra geral, um cego tem boas perninhas para andar, e não é necessário que o levem, nem ao colo, nem a rasto. Basta dar o cotovelo, que a pessoa cega vai meio passo atrás, e quando surgir algo de diferente, basta parar e ela apercebe-se através do braço do guia, se é para subir uma escada, se é para descer, etc.
10. Nos Degraus, tenha o cuidado de informar se são a subir ou a descer, mas não diga quantos são.
É conveniente avisar a pessoa cega se os degraus vão em sentido ascendente ou descendente, mas não diga o número de degraus que o cego tem de calcorrear. Imagine que você se engana. Catrapumba! Lá vai o cego para o chão. Se a pessoa cega for a guiar-se pelo seu braço, ela apercebe-se quando terminam os degraus.
11. Quando indicar o caminho a uma pessoa cega, procure não confundir a direita com a esquerda.
É básico. Imagine que à direita temos um café, à esquerda um precipício. O Cego, convencidíssimo que vai para o café, obedece a uma ordem de alguém que em vez de o mandar para direita, manda-o virar para a esquerda, e, era uma vez um ceguinho!
12. Quando abrir a porta do seu veículo, verifique se naquele momento não vai a passar um cego.
Está-se mesmo a ver o filme, vem um cego de Bengala, em passo acelerado, entretanto você tem a porta do automóvel aberta, o que acontece! No mínimo dos mínimos, um nariz partido! Tenha cuidado com isso.
13. Quando estiver a conduzir uma bicicleta ou moto, tenha muito cuidado quando vir alguém armado de Bengala em punho!
Imagine que o cego vai na rua, você passa com a sua bicicleta, e o cego sem querer mete-lhe a bengala no meio das rodas. Você é que não ficará em muito bom estado! Mas não seja causador de um remorso estúpido para com ninguém.
14. Não grite de longe para um cego, para o avisar de determinado obstáculo, a não ser que o objecto não seja detectável pela Bengala.
Primeiro, se você gritar muito, vai doer-lhe a garganta! Depois imagine. Você vai fazer figura de parvo, porque toda a gente vai ficar a olhar para si, e o cego também vai ficar com cara de parvo, porque todos também vão ficar a olhar para ele. em suma, ficam os dois com ar de parvos!
Não é preciso gritar. Se poder correr discretamente para ajudar o cego, muito bem, se não deixe-nos bater com a bengala. Lembre-se que a bengala não faz doer, e se a gente anda com ela é para bater. É melhor isso do que andar aos berros no meio da rua, como se nós fôssemos fugitivos.
Se estivermos perante um obstáculo que você veja que o cego não o vai detectar com a bengala, aí então é mesmo melhor gritar. Mal por mal prefiro ficar com uma cara de parvo, do que partir a cabeça!
Cegos a Presidentes
Muito se tem discutido sobre a corrupção em Portugal.
Sem dúvida que os autarcas, têm sofrido na pele a especulação jornalística que paira sobre eles, e muitos acabam por arcar com o ónus da vigarice que é praticada por uma dúzia de autarcas desonestos, que fazem das câmaras municipais a sua casa, e gerem os dinheiros públicos como se fossem seus.
Qual a solução para isto?
Até agora, ainda ninguém exibiu a varinha de condão.
Pois bem, chegou o momento de vos apresentar aquela que é a melhor solução para acabar com os autarcas corruptos.
Aqui ficam 8 razões para que Dora avante, os presidentes de câmara tenham de ser cegos.
1. Justificamos perfeitamente os motoristas particulares.
É sabido que os cegos não podem conduzir, logo ninguém ia ficar chocado se uma câmara municipal presidida por um cego, tivesse dois, três, ou até quatro motoristas ao serviço do presidente! É preciso haver rotatividade, e um presidente tem de estar ao serviço 24 horas por dia!
2. Também podíamos contratar mais assessores do que o normal.
Para além de motoristas, a gente precisa de assessores que nos ajudem a digitalizar os documentos, e a fazer um sem número de coisas. Quem ousaria pôr em causa que um cego precisava de 50 funcionários no seu gabinete?
Com os cegos a presidentes, ninguém se escandalizava com a contratação de toda essa gente.
3. Ninguém se ralava com o facto de assinarmos documentos sem os ler.
Todos sabem que os presidentes de câmara assinam muitas coisas de cruz, se for um cego, ninguém tem de condenar essa prática, já viram se a gente tivesse de passar para Braille todo o expediente?
Assim, quando aparecesse uma bronca, um cego safava-se bem melhor do que uma pessoa que vê.
Certamente nunca algum munícipe poria em causa a idoneidade de uma pessoa cega, se por acaso a respectiva câmara municipal fosse prejudicada pelo facto de o seu Presidente ter assinado determinado documento.
4. Podemos fazer discursos arrastados que as pessoas não nos vão criticar por isso.
Ler em Braille não é a mesma coisa do que ler em tinta. Para além disso, um cego se fizesse um discurso grande tinha de estar sempre a virar a folha. Um presidente que vê, se fizer um discurso paxorrento, arrastado e sonolento, começa logo a ganhar assobios e apupos.
Um Ceguinho sempre tinha a desculpa de estar a ler em Braille, e como Deus tira uma coisa e dá outra, até será de prever que ao invés das pessoas que ouvem o discurso começarem a dormir, antes emocionarem-se e fizerem romarias para ver o ceguinho a discursar.
5. Não é necessário cuidar do conteúdo dos discursos.
Não se preocupem, o que vai impressionar não é aquilo que o Presidente cego vai dizer, mas sim o facto de ele estar a ler aquela letra esquisita que ninguém conhece, e ainda por cima, em vez de ler com os olhos, vejam só, lê com os dedos! Ele pode dizer coisas perfeitamente banais, até pode referir que vai aumentar os impostos que as pessoas vão sempre bater palmas.
6. Também não precisamos de estar sempre a olhar para o público que nos ouve a discursar.
Um presidente que vê, tem de estar sempre a olhar olhos nos olhos as pessoas, não pode desviar o olhar, e está proibido de se distrair.
Um ceguinho, não tem nada que fazer essas formalidades. É mais uma vantagem!
7. Os cegos nunca seriam vistos aos olhos do povo como corruptos.
Se nós somos criaturas perfeitas, angelicais, somos uma manifestação do divino, alguém ousaria sequer sonhar com a possibilidade de um cego presidente ser vigarista?
Se por mero acaso a oposição tentasse pôr em causa a seriedade de um cego, tinham logo aí as associações de deficientes todas à perna a berrar, porque o presidente estava a ser descriminado. Este por sua vez ia dizer que nunca em nenhuma circunstância podia ser batoteiro porque não via para fazer as coisas.
Os munícipes iam ter pena dele. E a oposição ia ser vista aos olhos da opinião pública como tendo feito sacrilégio.
8. Não tínhamos de trabalhar muito.
Se no final do mandato, o trabalho para apresentar não fosse muito, não vinha grande mal ao mundo, ao fim e ao cabo somos cegos, e tudo o que a gente faz é por Deus. O juízo dos munícipes iria invariavelmente neste sentido. Pela deficiência que o Presidente tem, já fez muito!
O Cego e o Paralítico numa explanada
Numa explanada, está o Porfírio Rodolfo, que é cego, e um amigo dele que é paralítico.
Estão ambos numa amena cavaqueira quando passa uma deusa, verdadeiramente magistral.
Diz o paralítico ao amigo cego.
Já viste ali aquela Deusa meu?
Responde o Porfírio Rodolfo.
E olha lá, porque é que tu não vais a correr atrás dela?
O cego que escrevia
À um cego que vai caminhando com a bengala, e atrás de si segue um manco, que vai a arrastar as pernas.
Um bêbado que está na beira do passeio, quando vê o manco a passar, espeta-lhe um estrondoso e sonoro tabefe.
O sujeito para além de manco ficou gago, e perguntou ao senhor o que lhe tinha feito para que ele lhe desse aquela estalada?
Diz o bêbado.
Então o senhor ainda pergunta o que fez? Não tem vergonha? Aquele senhor que vai à sua frente, está a escrever, e você vem atrás e apaga tudo!
O Exame à próstata
O quinzinho é um cego altamente desconfiado.
Ele duvida até da sua própria sombra, e como não podia deixar de ser até da sua mulher ele desconfia. E desconfia a tal ponto que noutro dia, ele soube que tinha sido traído, e ao chegar a casa, apercebendo-se que podia apanhar a sua mulher em flagrante, começou a fazer barulho para não ver nada!
Mas o Quizinho, no alto dos seus 60 anos, foi pela primeira vez fazer um exame de rotina à próstata.
Não sabendo nada da forma como o exame ia ser feito, chega ao consultório e pergunta ao médico, como é que se faz o exame?
O Doutor responde que vai ter de lhe meter um dedo na próstata para ver se ela está a funcionar como deve de ser.
O Quizinho, pergunta ao médico se não à outra maneira de fazer o exame, sem ser com o dedo.
O médico responde que esse método é o mais seguro e que não custa nada.
O Quizinho, fazendo jus ao título de desconfiado mor, faz um pedido solene ao médico.
Posso segurar no seu pénis enquanto você faz o exame à minha próstata?
O médico, já furioso e com cara de estúpido, pergunta. Mas porque é que você quer segurar o meu pénis?
Resposta do Quizinho.
É para ter a certeza que você vai meter mesmo o dedo!
Entrevista ao Cego Divertido
Esta entrevista foi especialmente concedida para o blog do cego divertido.
São 10 perguntas, às quais o cego divertido responde com muita abertura, e humor quanto baste.
As respostas são precedidas da sigla Cd, que significa Cego Divertido.
1. Quem é o cego divertido?
CD: O Cego Divertido é um tipo que gosta de fazer humor e de brincar, mesmo com coisas sérias.
Dizem que tristezas não pagam dívidas. Eu acrescento. Para além de não pagarem dívidas, só nos trazem dúvidas!
Gosto ainda de fazer coisas, de estar activo, porque não basta só fazermos humor e divertirmo-nos com a vida, é preciso trabalhar, e ajudar a que na realidade a malta cega possa ter cada vez melhores condições de vida, e estar mais e melhor integrada social, profissional e culturalmente.
2. Porque é que na sua apresentação não revelou a sua verdadeira identidade?
Cd: Não acho que isso seja importante. Por outro lado temos ainda muitos preconceitos, e creio que muitas pessoas cegas ainda se chocam mais com a forma como eu abordo a cegueira do que os próprios normovisuais.
Muitos amigos meus já sabem quem é o autor do Blog Cegodivertido. Mas não preciso de andar aí com uma campainha com a minha fotografia pendurada, porque no fundo no fundo, os cegos não vêem as fotos!
Aqui uma boa alternativa, passaria por ao invés de usar uma campainha, trazer um papagaio atrás de mim. mas teria primeiro de o ensinar a dizer o meu nome, e o problema maior era dar-lhe comida, porque já para ganhar para mim me vejo lixado, quanto mais para manter o bichinho!
3. Já nasceu assim, cego e divertido?
Cd: Na verdade quando eu nasci, os faróis ainda alumiavam qualquer coisa. Ao fim de 3 anos de uso, fundiram de vez!
Quanto ao facto de ser divertido, regra geral sempre fui, excepto quando levava tareia por fazer asneiras.
4. Como era o cego divertido na escola?
Cd: Gostava muito de comer máquinas Braille. Quando tinha sono deitava-me com a cabeça em cima da máquina e gostava de roer o puxador dela. Não tinha o mesmo sabor de um chocolate mas era bom, pelo menos tinha muito ferro.
Também era conhecido pelo destruidor de máquinas. Lembro-me que na escola primária, quando não me apetecia escrever, encravava a folha. A dada altura as professoras até me arranjaram uma máquina de dactilografia vulgar para eu estar entretido.
Escusado será dizer que aí acabou-se a brincadeira. As máquinas de Braille nunca mais avariaram!
5. E na adolescência?
Cd: Na adolescência continuei a ser divertido, embora acho que fui ganhando mais juízo.
Uma das brincadeiras que mais gostava de fazer, era pegar na bengala dobrada e atirá-la para o ar. Parecia um boomerangs. às vezes lá partia um vidrito. O pior foi quando um professor que estava tranquilamente a dar aulas, levou com a bengala na cabeça.
Felizmente ele perdoou-me! Perdões à parte, lá tive de pagar o que parti.
Mas uma coisa que nunca fui. Nunca fui mal educado para nenhum professor nem nenhum funcionário.
Quando eles estavam por perto eu tentava portar-me bem, e nunca os afrontei. Não suporto faltas de educação. Na altura em que eu estudava, nós brincávamos tanto ou mais do que os adolescentes de agora, e não éramos mal criados. Hoje os putos provocam toda a gente. Ele é os professores, os funcionários, os próprios colegas, é um fartar vilanagem!
É isso que me desgosta nos adolescentes de hoje, e creiam que isso não é mesmo nada divertido.
6. Alguma vez se sentiu revoltado ou com vergonha de ser cego?
Cd: sinceramente com vergonha nunca. Revoltado, também acho que não. Claro que não fui cego por minha própria vontade, mas a vida ideal ninguém a tem. à muitos tipos sem deficiências que são muito mais infelizes do que eu, não tenho dúvida.
Mas nós somos seres humanos sempre insatisfeitos, e isso é que nos faz estar vivos.
7. De todas as histórias que nos conta, quais as que o incomodam mesmo de verdade?
Cd: Já passei por várias fases.
Em determinadas alturas, chateavam-me aquelas conversas da Santa Luzia Milagrosa, do tão bonito mas ceguinho, do Deus tira uma coisa e dá outra, do coitadinho, os gritos a 20 metros de distância etc.
Agora cada vez menos me chateio com isso. Por vezes divirto-me à brava com estas coisas.
Nesta fase o que mais me chateia são as pessoas a quererem decidir por mim.
Por exemplo: Quando estou na paragem à espera de um autocarro, e as pessoas que pensam que sabem para onde eu vou, quando vêm um a aproximar-se, e eu lhes pergunto para onde vai o autocarro? Elas não têm mais nada! Começam logo a dizer que aquele não dá.
Mas a Senhora por acaso já manda em mim? Você é que decide para onde é que eu vou?
Se eu lhe perguntei para onde ia o autocarro, não foi por não saber para onde quero ir, mas porque não consigo ver a placa com a informação do destino do veículo!
A esse respeito posso contar uma história curiosa.
à uma paragem, onde todos os autocarros passam na estação de comboio.
Como eu queria ir precisamente para lá, estava à espera do autocarro, e uma velhota muito aflita perguntou-me, qual é que eu queria apanhar.
Eu respondi imediatamente. Ó minha senhora, vou no primeiro que aparecer!
8. Se de repente começasse a ver, qual era a primeira coisa que gostava de fazer?
Cd: Talvez a primeira coisa que eu fizesse era pegar numa bola de futebol e ir jogar.
Desde pequeno que adoro jogar futebol, na minha escola sempre jogava com os meus colegas, usando uma bola de guizos, mas não me venham com histórias, não é a mesma coisa.
Também gostava de ser relator desportivo. É daquelas coisas em que a visão faz mesmo falta!
Muitos tipos da minha geração, diriam que se ficassem a ver iam logo apreciar as gajas. Sinceramente era das coisas que menos me preocupava. Gosto muito delas, mas nunca senti a necessidade de lhes ver a cara. Sempre dei muito mais valor ao interior, e aí os olhos não fazem falta nenhuma.
9. Até onde gostava de ir com este blog?
Cd: Não tenho nenhum objectivo definido. Decidi criar este blog da noite para o dia, em conversa com um amigo meu que também achou boa ideia.
Enquanto achar que tenho situações engraçadas, que me permitam continuar a manter um blog com histórias divertidas e bem humoradas, continuarei a escrever.
Não sei que futuro este blog poderá ter. Se houver a possibilidade, poderão ser realizadas parcerias com outros cegos divertidos. Mas é algo que não tem ocupado a minha mente.
Cada vez mais acho que faz falta um pensamento alternativo, que torne o drama da cegueira mais ligeiro, e que através do humor e da boa disposição, seja também um complemento para ultrapassar e eliminar muitas ideias feitas que a sociedade civil tem sobre as pessoas cegas.
10. A propósito, e como pergunta final. O que falta para que a sociedade aceite melhor as pessoas cegas?
CD: Primeiro falta que os cegos se dêem a conhecer nas suas múltiplas facetas.
E isto implica desde logo: estarem inseridos no mercado de trabalho, terem a possibilidade de aceder à sociedade de informação e relacionarem-se com os restantes consumidores dos media, e acederem sem restrições à cultura.
Penso que da parte dos cegos de grosso modo é isto.
É preciso também que a sociedade civil esteja disposta a acolher os bons exemplos que felizmente temos, e que possa separar o trigo do joio para que os cegos sintam que vale a pena fazerem algo de positivo, porque assim serão reconhecidos no meio em que estão inseridos.
Infelizmente, sabemos que um cego, e não só os cegos, mas os deficientes em geral, para conseguirem aquilo que os outros conseguem, precisam muitas vezes de se esforçar o dobro.
Isso não me parece muito democrático! Uma sociedade justa é aquela que consegue ser igualitária nas oportunidades que concede a cada um dos seus cidadãos.
Como reparou, nesta última resposta não faço humor. Porque o meu principal objectivo é fazer com que todos os cegos sejam cidadãos de pleno direito. Tenham a mesma igualdade no acesso ao trabalho. Tenham os apoios necessários do estado para adquirirem o que for fundamental para minorar os efeitos resultantes da deficiência, sejam alvo de políticas mais justas e positivamente discriminatórias, nas áreas onde a cegueira for uma desvantagem insuperável, como por exemplo a mobilidade, em fim, espero que o poder político e a sociedade civil, ouça mais as associações de e para deficientes, para que ser cego possa ser mais divertido, e menos penoso.
Puta vida merda cagalhões - música
por não ter condições de vida, e ver sinais de mal a pior
desculpem a linguagem, mas não tenho outra melhor
desculpem a linguagem, mas não tenho outra melhor.
É muito duro ser cego, mas mais duro é concerteza
o cego ser toda a vida, associado à pubreza
o cego ser toda a vida, associado à pubreza
Puta vida merda cagalhões, porque será que tem de ser assim
o cego a ver passar os milhões, descriminado sem ter fim.
Puta vida merda cagalhões, já nemsanta luzia nos vale.
Não adianta rezar horações, porque a merda é sempre igual
um cego vai no passeio, e ainda tem de se desviar
dos velhos e das velhotas, Que ali ficam a conversar
Mas são essas moscas mortas, as primeiras a fazerem ondas
só queria poder mandar-lhes, com a bengala nas trombas
Puta vida merda cagalhões, porque será que tem de ser assim
o cego a ver passar os milhões, descriminado sem ter fim.
Puta vida merda cagalhões, já nemsanta luzia nos vale.
Não adianta rezar horações, porque a merda é sempre igual
à cegos que são divertidos, e outros nugentos e feios
mas todos ficam fodidos, com os carros nos passeios
mas todos ficam fodidos, com os carros nos passeios
Mas olhem que é muito difícil, ser só cego e mais nada
pois um cego que se prese, acomula com outra pancada
Puta vida merda cagalhões, porque será que tem de ser assim
o cego a ver passar os milhões, descriminado sem ter fim.
Puta vida merda cagalhões, já nemsanta luzia nos vale.
Não adianta rezar horações, porque a merda é sempre igual
Natal dos ceguinhos - música
Um ceguinho aqui, outro acolá
são tantos ceguinhos, que lindo que está.
Uns vão de bengala, outros de cão-guia
vão todos fazer, uma presse à santa Luzia.
Coitadinhos coitadinhos, que figuras tristes
são ceguinhos são ceguinhos, parecem pedintes.
Que caras contentes, que lindos meninos
parecem inucentes, são mesmo ceguinhos.
Lá vão pela rua, sempre a sorrir
a sua esmolinha, não se cançam de pedir.
Quero eu quero uma esmolinha para o ceguinho e para a ceguinha.
Quero eu quero uma esmolinha para o ceguinho e para a ceguinha.
O cego divertido no combóio
Levou consigo um amigo que também é cego.
Durante a viagem, o revisor interpela os dois cegos e pede-lhes o título de transporte.
Tanto o cego divertido como o amigo pedem-lhe para imitir o respectivo bilhete.
O revisor da Cp asnático como nem uma porta diz que os dois deveriam ter tirado o bilhete antes de entrarem no combóio.
Os dois em coro afirmam que não sabiam a onde era a bilheteira.
O revisor replica dizendo que podiam ter pedido ajuda ao segurança.
Disseram os dois que o segurança não estava lá.
Disse o revisor, Estava sim senhor porque eu vi.
Diz um cego para o outro. Ai estava! Eu não vi nada. Tu viste alguma coisa?
Um biscoito envenenado
À um cego que vai a caminhar pela rua acompanhado pelo seu inseparável cão guia.
Entretanto, o animal distraído como sempre não desvia o cego de um poste, e claro! O cego bateu lá com a cabeça.
Nesse instante o cego vai ao seu bolso, retira de lá um biscoito, e dá ao cão.
Um transeunte que estava por ali e que assistiu a tudo, vira-se para o cego e pergunta-lhe muito admirado.
Então o cão leva-o contra um poste e o meu amigo ainda por cima dá-lhe um biscoito?
Responde o cego.
Ó meu senhor. Eu só dei o biscoito ao cão para conseguir perceber a onde ele estava a comer, para lhe dar uma tareia com a minha bengala!
Agora digam lá se isto é ou não um biscoito envenenado!
O CEGO E O MOÇO
Um cego andava a pedir esmola pela mão de um moço;
a uma porta deram-lhe um naco de pão e um bocado de linguiça.
O moço, pegou no pão e deu-o ao cego para metê-lo na sacola, e ia
comendo a linguiça muito à sorrelfa.
O cego, desconfiado, pelo caminho começa a praguejar com o moço:
Ó grande tratante, cheira-me a linguiça!
Ali deram-me linguiça e tu só me entregaste o pão.
Diz o moço:
Pela minha salvação, que não deram senão pão. Não me deram mais nada!
Mas cheira-me a linguiça, refinado larápio!
E começou a desancar com a bengala no lombo do moço.
Bateu tanto que ele ficou com as costas todas em frida!
O moço porém também era rufia, e disse para os seus botões que o cego
lhas havia de pagar.
Quando iam por uns campos onde estavam uns sobreiros, o moço emdicou o cego para um tronco, e grita-lhe:
Salta, que é rego!
O cego vai para saltar e bate com o focinho no sobreiro. Grita ele:
Ó Seu ganapo. Vou partir-te todo em pedacinhos!
Diz-lhe o rapaz:
Então à pouco cheirou-te o pão a linguiça, e agora não te cheira o
sobreiro à cortiça?
A Cego Via.
Nunca ouviram falar?
Não se ralem, eu também nunca tinha ouvido!
E digo nunca tinha porque esta semana tive conhecimento da ideia do senhor presidente da junta de Badoucos, em fazer um passeio próprio para os ceguinhos que vai ligar desde a paragem do autocarro até ao coleginho.
Segundo o senhor presidente da junta a ideia é fazer um trilho onde o ceguinho mete a sua bengalinha vai pela linha fora, e não tem nada que enganar! Vai ter direitinho ao colégio.
O Cego sai do autocarro, abre a sua bengala e lá vai ele, a tocar a cegovia!
Como é que ainda ninguém se tinha lembrado disso?
Parece que estou a ver. Milagre! Mas escrevia eu. Parece que estou a ver a mãesinha com o filho pela mão, e este por sua vez pergunta. Mamã que passeio é aquele com risquinhas?
Responde a mãe.
Está calado filhinho. Aquele é o passeio do ceguinho!
Eu até propunha mais. Em vez de se fazer um passeio só entre a paragem do autocarro e do coleginho, começemos a construir aí pela freguesia as chamadas cegovias. Já temos as ciclo vias, porque não termos as cegovias?
E esta é mais uma vitória dos Cegos sobre os parapelégicos.
É que enquanto os Ceguinhos têm as cego vias. Os Paraplégicos têm de ir com a sua cadeira de rodas para a estrada sempre que o passeio está obstruído.
à pois é!
Quem tem mais sorte, quem é?
Perguntas e Respostas
P: A sua Mulher é normal?
R: Não. Ela Tem Antena, Rodinha e entrada para Cd.
P: É Cego total?
R: Não. Sou Cego só até às 18 Horas, depois conduzo um Táxi.
Ceguinho, mas tão bonito!
Quer dizer que para além de ser Cego tinha de ser feio?
P: Já nasceu assim?
R: Não senhor. Quando nasci era um bocado mais pequeno!
P: Como é que você anda na rua?
R: Com as pernas!
P: E como atravessa a estrada?
R: Igualmente com as pernas!
P: E você atravessa a estrada sozinho?
R: Não. Quando quero atravessar telefono para a polícia e para os bombeiros!
P: Como é que você conhece os caminhos?
R: É através do cheiro!
P: E como é que você me conhece?
R: Pelo som dos seus sapatos. Ou melhor, pelo barulho da sua albarda!
P: Você veste-se e toma banho sozinho?
R: Não. Ligo sempre para uma miúda toda gira para me ajudar a vestir e a tomar banho!
Um engano que veio mesmo a calhar
O Cego divertido tem a ousadia de roubar esta história aos nossos colegas Manuel e Joaquim.
Como se trata de uma história absolutamente deliciosa, o cego divertido assume desde logo o compromisso de pagar 80 % dos lucros!
O Manuel e o Joaquim andavam na rua à procura de um café.
Iam a passar na rua, e ouviram chávenas e pratos a bater, e entraram pelo estabelecimento a dentro com o objectivo de tomarem uma bebida.
Quando eles entraram todos os que já lá estavam fizeram silêncio.
Pergunta o Manuel ao Joaquim. Mas que diabo. A onde está o balcão?
Um dos que estavam no estabelecimento aproximou-se dos dois cegos e pergunta-lhes.
Vocês precisam de ajuda?
Diz o Manuel. Nós só viemos aqui ao café para tomar uma bebida, andamos à procura do balcão.
Responde-lhe o senhor.
Mas ó meu amigo. isto não é nenhum café, aqui é uma casa particular e estamos todos aqui numa festa de anos. Já que os senhores entraram aqui sintam-se à vontade, podem beber um copo connosco!
Escusado será dizer que tanto o Manuel como o Joaquim aceitaram a oferta, e ficaram a confraternizar com aqueles convivas pela noite fora.
A.A.a:C.C.C (Associação de Ajuda e apoio aos Ceguinhos de Carcamanhos de Cima).
Objectivos: fomentar a cultura do coitadinho, organizar passeios a Fátima e a outros santuários, incentivar o uso do garrafão e do chouriço.
Esta associação de cariz cegal, vai levar a efeito no próximo dia 30 de Fevereiro um passeio a Fátima.
Como os caros ceguinhos têm conhecimento a A.A.a:C.C.C está a atravessar uma grave crise financeira.
Como não queremos deixar os nossos ceguinhos sem apoio, e porque acreditamos seriamente na piedade e compaixão da previdência, pedimos a todos os nossos sócios que se inscrevam neste passeio a Fátima. O objectivo é que todos juntos possamos fazer uma corrente de oração, para que a Santa Luzia nos conceda a vistinha a todos.
Se a Santa Luzia for piedosa esta instituição deixa de ter problemas financeiros, porque se todos ficarmos com a nossa vistinha sã, já não precisamos de dar apoio aos ceguinhos de Carcamanhos de Cima.
Aí nesse caso bástanos continuar a arranjar dinheiro para o vinho e para o chouriço.
Contribuam para esta causa. Saiba que os milagres existem, e que tão ou mais grave do que não ver, é ser cego!
Não fique Cego para esta iniciativa. Abra os olhos da alma, e já agora do anos também!
Cegos cada vez mais gordos
Dizem que uma grande parte dos cegos são para o espaçoso.
Sim. É verdade, sou forçado a admitir que o clube dos cegos gordeifas tem vindo a aumentar.
Como se já não bastasse andam para aí uns imbecis que aconselham os cegos a nunca desistirem dos seus sonhos. Por favor dirijam-se à pastelaria mais próxima!
E porque é que os cegos estão a ficar cada vez mais espaçosos?
Para já podemos encontrar uma resposta bem ao nível do senhor Lapalice. Os Cegos estão mais gordos porque comem muito!
Pronto. E porque é que os cegos comem muito?
Aí é que a porca torce o rabo!
Mas eu após ter feito vários estudos, após ter auscultado várias pessoas cegas cheguei à seguinte conclusão.
Os cegos comem muito, porque não vêm o que comem!
Tem lógica. Não tem?
Os ceguinhos têm de andar sempre de mãos dadas?
À quem ache que os cegos não podem discordar uns dos outros.
Coitadinhos, se já têm tantos problemas que mania andarem sempre com opiniões divergentes! Não pode ser! Os ceguinhos têm de estar sempre unidos, de mãos dadas, a dizerem sempre sim senhor, e de preferência baterem palmas aos políticos para que estes não se esqueçam de nós.
Deduzo que o país está com saúde e recomenda-se, porque se os ceguinhos por terem muitos problemas não podem discordar uns dos outros, vendo eu todos os políticos a discutirem na Assembleia da república, nas assembleias de câmara e de freguesia, nas campanhas eleitorais etc. é porque Portugal não tem assim grandes problemas.
Não tem lógica virem dizer que os cegos têm de estar de mãos dadas para resolverem os seus problemas, e que os políticos podem andar à turra e à maça.
Das duas uma. Ou até na peixeirada os cegos são discriminados, porque só os outros é que se podem insultar e mal tratar, ou então os cegos têm problemas e o país não!
Cada vez sinto mais revolta em ser cego, agora que eu me apetecia desatar aí a discordar, a contraditar, a confrontar e se me chatearem muito a insultar, vêm os tais normaisinhos normalizados dizer que eu tenho de concordar com todos aqueles que tal como eu são cegos? Nem morto!
Então temos as bengalas para quê? Ando aqui no meu telemóvel com os números de todas as esquadras de polícia para quê? Será que é para desejar boas festas por altura do natal e do ano novo?
A favor dos taipais nos passeios.
Não se admite!
De minha casa ao trabalho passo por 32 passeios e encontrei 31 taipais a sinalizarem obras nos ditos. Como é possível haver um passeio que não tenm um taipal! E para nós cegos os taipais são fundamentais, agora que eu já os estava a marcar a todos.
Genial, não é? Os tipos do urbanismo interpretaram na perfeição aquela história que os cegos precisam de pontos de referência para se movimentarem. eu sei que é chato a gente ter de ir para o meio da estrada, mas assim com os taipais devidamente marcados vamos sabendo sempre a onde estamos.
Por exemplo, Assim já sei que quando der com a bengala no taipal 17 estou pertinho da pastelaria do fosquinhas!
Se por acaso em vez de darmos com a bengala na chapa do taipal dermos com a cabeça não tem mmal, porque para acalmar os nervos podemos sempre ir comer uma bola de Berlim. Isto é claro se for no taipal 17, porque se o azar for tanto que batamos no taipal 26 temos logo ali um centro de recolha de sangue.
Se virmos as coisas pelo lado positivo também não é muito mal, porque ao dar com a cabeça sempre se poupa nas agulhas, pois com um pouco de arte faz-se logo ali a recolha do sangue directamente da testa!
Conclusão.
Estou revoltado, frustrado, chateado, indignado, qualquer outra coisa acabada em ado, e sem jeito!
Não posso acreditar que tenhamos nesta cidade um passeio sem taipal.
Cadê os meus pontos de referência?
Sexo assistido.
O parque dos amores é um espaço de merendas, e tem várias zonas verdes que sempre dá para que Jacinta e Adolfo possam dar azo às suas fantasias amorosas.
O que eles não sabem é que existem mirones que conseguem ter uma vista privilegiada para o parque dos amores, e como desconheciam esse facto acabaram por ser apanhados literalmente com a boca na botija!
O Senhor adérito estava na sua cadeira de praia, quando conseguiu vislumbrar o Adolfo e a Jacinta no parque das merendas a trabalharem para a procriação, qual acto bíblico!
O senhor adérito que só defendo o sexo depois do casamento chamou imediatamente a gnr acusando o jovem casal de estar a estragar a relva com os tais actos procriadores.
Quando a gnr chegou ao local, o Adolfo ficou muito embasbacado e pediu aos agentes que o deixassem terminar o trabalhinho e depois sim, respondia a tudo que eles quisessem. Os Agentes não foram de modas! disseram que se eles quisessem acabar o serviço teriam de o fazer na esquadra.
Eles também não se fizeram rogados, foram para a esquadra a fim de lá tentarem terminar a sua tarefa da procriação.
Mas já em plena esquadra o Adolfo não conseguia controlar o seu nervosismo nem a sua ansiedade, e lá estava ele, martelando incessantemente mas resultados, nem velos!
Foi assim durante vários minutos, o Adolfo não havia maneira de finalmente dar conta do recado!
Diziam uns. São ceguinhos, coitadinhos. Diziam outros. Eles são parvos, o melhor é dar um calmante ao Adolfo.
Diziam ainda outros. Eu acho que o melhor é irmos lá ver se satisfazemos a ceguinha porque decididamente ele não vai lá.
Disse o comandante. Aquilo que vamos fazer é deitar um balde de água fria a ver se eles acalmam .
Conclusão, dois ceguinhos com calor e sangue na guelra, foram apanhados nas malhas da autoridade, tudo por causa do senhor Adérito que não tinha nada que estar a olhar para a relva do parque dos amores!
Epílogo.
Depois de meia hora o Adolfo lá conseguiu finalmente dar conta do recado, para regozijo de todos os agentes da Gnr presentes.
Viva aos nossos ceguinhos apaixonados!
5 cegos no autocarro
Já sabemos que por onde passa, a cegada causa sempre espanto generalizado na cabeça das biatas e suas congéneres.
Foi o que aconteceu a cinco coleguinhas cegos que decidiram entrar na mesma paragem, apanhando um autocarro que os ia levar ao trabalho.
Iam tranquilos da vida, quando foram interpelados por uma biata que muito ofendida começa a praguejar.
Meu Deus! Tantos ceguinhos! Eu até estou a ficar incomodada. Eu até costumava vir neste autocarro todos os dias mas até vou deixar de vir. Estou mesmo doente!
Uma outra personagem, que não sabemos se biata ou não, respondeu. Eles não costomavam vir neste autocarro! Devem ir para o coleginho!
Dizia outra senhora. Realmente, as mães destes ceguinhos são mesmo irresponsáveis. Eles não tinham nada que sair de casa sozinhos! As mães deles é que deviam vir com eles.
Fica o inigma, será que os 5 ceguinhos sempre continuaram a viajar no autocarro?
Não perca o próximo ipisódio.
Coisas de cegos
- Desculpe-me o esbarrão! É que sou cego e não pude ver você! - falou o coelho.
- Tudo bem. Foi culpa minha. Eu não queria ficar na sua frente, é que sou cega também. Aliás, que tipo de animal você é? - perguntou a cobra.
- Bem, eu também não sei. Sou cego, e nunca me vi antes. Talvez você possa me examinar e descobrir!
Então, a cobra apalpou o coelho, e disse:
- Bem, você é macio, fofinho, tem longas orelhas, um focinho pequeno e um rabinho que parece algodão. Então você deve ser um coelhinho! - disse a cobra, toda feliz.
O coelhinho ficou muito feliz! E então perguntou:
- E você, que animal é?
- Não sei, também nunca soube. Você não quer tentar descobrir?
Após o exame, o coelhinho, com uma expressão triste, respondeu:
- Bem, você é dura, fria, escorregadia... você deve ser um advogado!
Porfírio Rudolfo – o aproveitador.
Estão reunidos todos os ingredientes para uma tarde memorável.
Porfírio Rudolfo, decidiu aproveitar a tarde do dia dos namorados para passear no parque da Cidade do Porto com a sua companheira de sempre, a Dona Aurora Dulcinda.
Vale referir que a dona aurora é cega de nascença.
Numa altura em que estavam os dois debaixo de uma árvore, muito apaixonados beijando-se loucamente aparece A Senhora dona itelvina Maria que muito escandalizada começa a gritar.
Olha aquele marmanjo a aproveitar-se da ceguinha!
Entretanto chegam alguns populares ávidos em descarregarem a sua fúria no Porfírio Rudolfo. Este por sua vez não teve outra alternativa senão desatar a correr, literalmente com as calças na mão!
Sei que sou cego - música
Refrão:
Sei que sou cego
sou cego e meio tero
de um olho não vejo nada
e do outro vejo zero. Bis.
Bato sempre contra os postes
e depois caio à valeta.
E os vizinhos à janela
gritam, lá vai o cegueta.
Sou cego mas que se lixe
passo a vida a apalpar.
às vezes até é fixe
ter alguém para me amarrar.
Refrão:
As nossas testas têm talos
de bater contra os pinheiros
às vezes têm mais galos
do que muitos galinheiros
e com tanta cabeçada
é normal que o ceguinho
Possa ter uma pancada
e seja meio tolinho.
ilari ilari lari é ooo
ilari ilari lari é ooo
É o cego divertido a trazer o seu humor.
Clitóris, Já!
Nos primeiros dias, em que a dona Piedade se estava a adaptar ao cão, foi a casa da sua prima, a dona Boaventura Martins.
Estavam as duas em casa de Boaventura a conversar no Sofá, quando a dona Piedade vira-se para o cão e começa a chamar.
Clitóris! Clitóris!
Pergunta a Boaventura.
Que engraçado!
O cão chama-se clitóris?
Responde a dona Piedade.
Não!
Clitóris é uma ordem que eu lhe estou a dar!
Quem é que é o cego?
Tal como outros ceguetas, o senhor Fagundes tem por hábito estar perto da estação do metro de Guimarães a pedir esmola.
Para não estar só, o senhor Aristides costuma levar consigo o seu inseparável cão guia, e para animar quem por ali passa, enquanto lança os seus pregões pedindo a sua esmolinha, ele vai dando umas gaitadas na sua concertina.
Uma altura, um rapazito, vendo que o senhor Aristides Fagundes estava muito entusiasmado a tocar na concertina, decidiu arriscar e pegou-lhe no chapéu onde ele tinha as moedas.
Quando o rapaz deitou a mão ao chapéu, o senhor Aristides larga a sua concertina e manda com a bengala há cabeça do Rapaz.
O Rapaz muito indignado começa a exclamar.
Mas afinal, o senhor não é cego!
Responde o Aristides.
Pois, claro que não, cego é o cão!
Uma cabine telefónica, uma tranza, e muita gente há mistura!
Este é um casal muito especial, porque ambos sãocegos congénitos.
é verdade. A Paula Pintacilvo e o Zé Pedro corvo são os dois ceguinhos!
Um belo dia, estavam os dois numa cabine telefónica a telefonar para um amigo comum.
Quando terminaram de telefonar, e como o Zé Pedro Corvo é jovem, e portanto tem o sangue na guelra, convidou a Paula Pintacilvo para uma tranza.
Não foi preciso muito tempo para que os dois começassem a tranzar ali dentro da cabine telefónica.
Como a cabine é toda transparente, não será difícil imaginar que depressa começaram a juntar-se ao redor da cabine muitos curiosos, que estavam hávidos em perceber como é que afinal os ceguinhos fazem amor!
Como nem o Zé Pedro corvo nem a Paula pintacilvo se decidiam terminar com a tranza, uma outra jovem, que tinha alguma urgência em telefonar decidiu forar a multidão e abriu a porta da cabine.
Quando os dois se aperceberam de que estava muita gente ali só para os ver tranzar, o Zé Pedro Corvo ficou hiper nervoso e não conseguiu retirar o seu vergalho de dentro da Paulinha!
E então, começaram os espectadores.
E agora, o que fazemos?
Vira-se a dona Luduvina Martins.
Bom, agora é preciso ir buscar um balde de água a ver se aquilo esfria!
Depois de muitas tentativas, lá conseguiram desencaixar um do outro.
Quando se recompozeram da experiência, diziam uns para os outros.
Até parece impossível, como é que o rapaz sem ver conseguiu acertar com o boraco.
É tudo por Deus!
Realmente, Deus tira uma coisa mas dá outra!
Tá escuro aqui
Tá escuro aqui... Linda História
Uma dona de casa recebe um amante todos os dias em casa, enquanto o
marido trabalha.
Durante esse tempo ela mete o filho de 9 anos trancado no armário do
quarto.
Certo dia o marido chega a casa e o amante ainda lá está.
Então ela tranca o amante no armário onde estava o filho.
Ficaram lá um bocado, até que o miúdo diz:
- Tá escuro aqui...
- Tá...
- Eu tenho uma bola de ténis para vender...
- Que giro!
- Queres comprar?
- Não!
- Se calhar, devia chamar o meu pai...
- Quanto é que queres pela bola?
- 50 Euros.
- Toma.
Uma semana depois, o marido torna a chegar cedo.
O amante está em casa.
O miúdo está no armário.
O amante vai para o armário.
Eles lá ficam em silêncio até que o miúdo diz:
- Tá escuro aqui...
- É, está.
- Eu tenho aqui uma raquete de ténis para vender por 100 euros.
- Que bom.
- Queres comprar?
- 100 Euros??? É muito cara!!
- Se calhar, devia chamar o meu pai...
- Não, não... Eu compro, eu compro!!!
- Aqui está.
Outra semana depois, o marido torna a chegar cedo.
O amante está em casa.
O miúdo está no armário.
O amante vai para o armário.
Eles lá ficam em silêncio até que o miúdo diz:
- Tá escuro aqui...
- É, está.
- Eu tenho aqui umas sapatilhas da Nike para vender por 150 euros.
- Que bom para ti.
- Queres comprar?
- 150 Euros??? Tás doido?!!
- Se calhar, devia chamar o meu pai...
- Eu compro, EU COMPRO!!!
No fim-de-semana, o pai chama o filho:
- Pega na bola e na raquete e vamos jogar.
- Não posso. Vendi tudo.
- Vendeste? Por quanto?
- 300 Euros.
- Não podes enganar os teus amigos assim. Vou levar-te agora ao
padre para te confessares.
Chegando à igreja, o miúdo entra pela portinha, ajoelha-se e fecha a
portinha. Abre-se uma janelinha e aparece o padre.
- Meu filho, não temas a Deus, diz e Ele perdoar-te-á. Qual é o teu
pecado?
- Tá escuro aqui, não tá?
- F.....!!!! Não vais começar com essa merda outra vez, pois não???
A moeda da Ceguinha.
Para chamar a atenção de quem por ali passava, a ceguinha utilizava uma lata com uma moeda dentro.
Então ela agitava a lata, e ao mesmo tempo que se ia ouvindo o barulho da moeda a telintar na lata a ceguinha cantava assim.
Olha uma esmolinha para o ceguinho e para a ceguinha!
Olha uma esmolinha para o ceguinho e para a ceguinha!
Entretanto, passa ao lado da ceguinha um puto, que com muita matreirísse tira a moeda da lata.
Então, quando a ceguinha deixou de ouvir a moeda a tilintar, começou a berrar desesperadamente.
Que desgraça a minha!
Já não bastava o facto de ser cega, agora também fiquei Surda!
A ceguinha tarada sexoal.
Ao cair em sima da carroça, a cega muito entusiasmada começa a gritar.
Calma, calma, só um de cada vez!
Diálogo Deficiente.
No café.
Um cego encontra um paralítico no café, e depois de o cumprimentar diz:
Então rapaz, como tens andado?
Responde-lhe o Paralítico.
Olha, como tens visto!
Nu Super Mercado.
Um cego vai às compras.
Quando entra no Super Mercado esbarra-se contra uma montra e vira tudo de cangailhas.
Ao ver os produtos todos espalhados pelo chão fora, a senhora do super mercado, aborda o cego e pergunta-lhe.
Precisa de ajuda?
No qual o cego responde:
Não. Só estava a ver!
Dois amigos.
Vira-se um amigo para o outro.
Olha, a minha avó é cega!
No qual o outro amigo responde.
A minha na entendo!
Perguntas sobre a Ceguísse.
É aquele que não quer usar cão nem bengala!
Porque é que os nossos olhos choram?
Porque têm um irmão que é cego!
Porque os pretos cheiram a catinga?
Para que os cegos também possam ser Racistas!
Vai uma Tortinha?
Queres comer uma torta?
Responde o toni Fragas.
Não, não quero, acabei de comer agora uma cega!
Uma questão de luz.
Mikelina Camila, uma ceguinha muito apaixonada cometeu um crime gravíssimo. Trocou um beijo com o seu namorado em plena via pública!
Mas que pudor!
A Mikelina Camila, e o seu respectivo namorado tiveram mesmo azar. Isto porque, na altura em que estavam a trocar o beijinho, surge a dona Luduvina Jamila,
que muito expantada pergunta a Camila.
A menina é ceguinha?
Responde a Camila.
Sim, minha senhora, sou mesmo cega dos 3 olhos!
Pergunta novamente a dona Luduvina.
Mas, se a menina é ceguinha, como é que consegue dar um beijo na boca ao seu namorado?
Pergunta a Camila à dona Luduvina.
Mas diga-me lá uma coisa. a Senhora já alguma vez deu uma tranza às escuras?
Responde a dona Luduvina. Claro que sim.
Diz a Camila. E então como é que você conseguiu introduzir o membro do seu marido na sua vagina?
Aqui vai uma música dedicada aos Ceguinhos!
Olha o Ceguinho, o ceguinho de bengala.
Olha o ceguinho, com a bengala a dar a dar.
lá vai ele coitadinho, sem ninguém para o ajudar.
Ai como é triste não ter a minha vistinha.
Não poder ver o que a natureza tem.
mas não desisto de pedir uma esmolinha.
Tenho a certeza que o outro pede também.
refrão:
Olha o Ceguinho, o ceguinho de bengala.
Olha o ceguinho, com a bengala a dar a dar.
lá vai ele coitadinho, sem ninguém para o ajudar.
Bate num poste e cai há linha de combóio.
E mais à frente calca uma bosta de cão.
Depois apanha uma velha no caminho.
Ela tropessa na bengala e cai no chão.
refrão:
Olha o Ceguinho, o ceguinho de bengala.
Olha o ceguinho, com a bengala a dar a dar.
lá vai ele coitadinho, sem ninguém para o ajudar.
é cego, é cego, é cego é cego é cego.
Entra a pauta.
Entra a Máquina Braille.
é cego, é cego, é cego é cego é cego.
Cego convidado a Tatear no feminino.
Não. Não foi para rezar em honra da santa protectora da vistinha, mas sim para tatear umas maminhas. É Verdade! Um cego foi convidado a tatear as Mamas,
da dona Maria domingues.
Esta História passou-se num domingo de Tarde.
Estava a Dona Maria Domingues a vender aqueles bonecos, que nós aplidamos de Manel e da Maria.
Eis que, aparece o nosso já bem conhecido Toni Fragas, um cego bem disposto, e sempre pronto para a brincadeira.
Entretanto estabelece-se um diálogo muito curioso entre o Toni Fragas e a Dona Maria Domingues, que vale a pena contar.
Maria Domingues.
Quer comprar o manel e a Maria? Custa só um euro.
Toni Fragas.
Eu já tenho uma Maria, já não preciso de mais nenhuma! E esta não me custou dinheiro nenhum. Não vou agora dar um euro por um boneco!
Maria Domingues:
Mas eu sou melhor do que a sua Maria!
toni Fragas:
Não é não senhor! A minha Maria é bem boa!
Maria Domingues:
Ora apalpe aqui as minhas mamas e veja como eu sou boa.
E nesse momento, Maria Domingues agarra na mão do Toni Fragas, e puxa-a para as suas maminhas.
toni Fragas:
eu não vou apalpar coisa nenhuma! Acha que eu lhe ia apalpar as mamas?
Maria Domingues:
Se não apalpa é porque é paneleiro!
Toni Fragas:
Bem, já que você insiste, então ponha lá a mama de fora, para eu tatear. Sabe, eu sou ceguinho, tenho de apalpar bem!
E nesse momento Maria Domingues leva a mão de Toni Fragas até às suas partes íntimas.
Toni Fragas:
Mas que maminhas tão descaídas! A Senhora será que não precisa de uns suspensórios?
Se a senhora tivesse que dar de mamar a alguém, de certeza que o bebé ficaria com uma marreca de todo o tamanho.
Maria Domingues:
Mas você está a dizer que eu não sou boa?
Toni Fragas:
Não, minha senhora, eu só estou a dizer que os bonecos que a senhora vende são mais perfeitinhos.
É caso para dizer:
Havemos de ir a Viana!